quarta-feira, 23 de março de 2011

Água, cotidiano e Direitos Humanos




Já vão minhas saudações
Aos leitores atentos
Pois num dia como esse
Vou falar de um alento
Que mais do que um recurso
Garante o nosso sustento

Hoje é dia mundial da água
Cristalina e sem sabor
Mas gostaria de saber
Que ser humano não provou
Uma água de beber
Com gosto e odor.

Discuto Direito Humano
Não posso deixar de falar
Mas esse líquido da natureza
Não parece chegar
Em todo lar e pessoa
Que sem ele não pode continuar.

Continuar a viver no mundo
Que a cada dia parece mais poluído.
Mas queria saber se algum animal
Que não pensa e é atrevido
Faz essa água ficar suja
Matando seres vivos.

A água que aprendi na escola
Em lugar nenhum encontrei
Porque a professora me ensinou
E aquilo que estudei
Foi a água inesgotável
Mas isso já desprezei.
A vida que a Declaração Universal garante
Não consigo ver sem a fluidez
O ser humano que se transforma
Com toda sua intrepidez
Não pode considerar um direito
Água pelo ralo toda vez.

Parece todo mundo se interessar
Pelo tema nesse dia
Mas não pense que é assunto anual
Pois me dá uma agonia
Saber que ela pode faltar
E deixar de ser garantia.

Tanto aqui como acolá
Não falta água na torneira
Mas ninguém faz caso dela
Enquanto ver na cumeeira
A marca de molhado da chuva
E um chuveiro funcionando e de primeira.

Artigo quarto da Declaração
Ninguém é servo, nem escravo
Mas já vi em muito lugar
Um futuro encravado
De doença e insalubridade
Condição subumana onde foi encaixado.

Atribuo à discussão de hoje
Um assunto muito atual
O uso de um líquido precioso
De presença mundial
Entretanto não pense nunca
Que ele não pode ter final.

No ambiente da academia
Para além das ciências biológicas
A água deve ser assunto
Das Humanas e da lógica
Pra mais que um tema de aula
Deve estar na prática pedagógica.

Não pense que a discriminação
Que no nosso país é um crime
É um mero soltar de palavras
Afinal quando você não exprime
A indignação democrática e legal
Do pobre ter água boa, pra mim é um crime.

Na escola a professora fala,
No jornal não pode faltar
Até nessa rima que você lê
Vira assunto popular
Mas só queria pedir uma coisa:
Não deixe água se extraviar!

O assunto só vira notícia
Quando a caixa d´água está vazia
Mas não pense que é só no sertão
Lá na minha cidade Santa Luzia
Que a água pode faltar.
Só em pensar já angustia.

Todo mundo pode ir e vir
Isso já é garantido por lei
Mas vejo em muita estrada por aí
O lixo que um dia joguei
Terminou num rio poluído
Isso eu nunca pensei.

Viver um dia como esse
É refletir sobre o que faço
E aprender que água boa
Não é aquela que desgraço
É lembrar que na hora do meu banho
A natureza é atingida por um balaço.

Sei muito bem que é no dia-a-dia
Que consigo aplicar numa boa
Aquilo de que estou a tratar
E para todo ser humano soa
Como mais uma recomendação
Mas agora não pode passar a toa.

Se garantiram a propriedade,
A nacionalidade também,
Vejo-as na Carta Universal
A água ficou aquém
Apesar de não está expressa
Não se ignora a ninguém.

Em pleno século de transformação
A tecnologia se espalha
O dia de hoje ressalta,
O clima vira fornalha,
Tudo o que a gente espera
É ver água na calha.

Pra terminar e continuar
Não quero esse texto no seu email
Quero a água pra todos
Os de hoje, de amanhã e os de “primeiro””
Pra deixar esse líquido raro
Nunca deixar de fazer parte do meio.

Guarabira - PB, 22 de março de 2011
Rommeryto Augusto Oliveira de Morais
-UEPB – CH – CRDHA - História

3 comentários:

  1. Quero parabenizar o meu amigo Rommeryto Augusto pela bela reflexão sobre o bem natural mais precioso que temos. Quero também dizer que é um prazer publicar seu texto neste blog que tem como objetivo divulgar as varias reflexões. Um abraço.

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  2. Mais que agradecido, quero aplaudir sua atitude de ter criado um espaço onde possam ser divulgados textos que ajudam na reflexão de seus leitores. Conte sempre com a minha colaboração. Aos leitores meu abraço, ao meu amigo santaluziense, futuro matemático de primeira, minha admiração.

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  3. Lindo texto, que apresenta o valor que a água representa para a humanidade. É tão preciosa que, não podemos viver sem tê-la.
    Parabéns para o Rommeryto por tamanho talento!!
    E Jânio, mais uma vez sucesso em seu blog e continue postando estes maravilhosos textos reflexivos.
    Abraços, Ismênya Figueirêdo.

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