segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Amores Impossíveis


Por: Roberto Mariano


A minha vida sempre foi repleta de situações inusitadas, inclusive, no que diz respeito ao amor. Essas histórias que ouvimos de alma gêmea, príncipe encantado e amor a primeira vista não constam na minha trajetória, muito pelo contrario, tudo que se relaciona ao amor começou com um sentimento que anda juntinho dele: o ódio. Senão ódio, mas pelo menos antipatia, raiva algo que desagrada.

Bem, inicialmente há anos atrás, conheci alguém que achava simplesmente ridículo, humor em demasiado, sempre agradando todo mundo e nada disso eu conseguia enxergar nesta pessoa, embora ela tenha feito parte da minha vida e ter sido muito importante. Aos poucos, mais de imediato melhor dizendo, me vi começando a gostar, gostar... e confesso que fiquei surpreso e com medo ao mesmo tempo, pois nunca havia sentido tal coisa e isso me assustou bastante. Quando percebi que estava amando, me desesperei pois isso seria praticamente impossível, tendo em vista que estava caído de amores por uma pessoa pública, mas que tolo que fui! Uma pessoa admirada por tanta gente, jamais olharia para mim da maneira que eu gostaria já que eu não fazia parte do seu círculo de amizades, era bem mais novo e quase nunca tinha oportunidade de estar junto.

Um dia, o inesperado aconteceu e esta pessoa se aproximou repentinamente sem que eu precisasse fazer nada, dando início a um longo relacionamento de 7 anos, entre idas e vindas. O tempo passou, meu primeiro amor se foi e fiquei sem me interessar por ninguém até que de repente conheço outro alguém que me causa sentimentos negativos da mesma maneira, mas somos tão ingênuos que nem percebemos que estamos prestes a nos apaixonar de novo. Pois bem, esta pessoa me chamou atenção pelos seus modos grosseiros ao tratar os outros, quase sem educação alguma para com as pessoas e isso me irritava de um modo que não sabia explicar porque. Desta vez, passados alguns meses, comecei a reparar em outras características que anularam as que me atraíram de início, fiquei fascinado pelos seus olhos, modo de vestir-se, de nadar, voz e mudanças de comportamento que estavam acontecendo de repente. Bem, estaria tudo perfeito para mais um relacionamento se não houvesse um detalhe: o CASAMENTO. Uma palavra que trás consigo elementos como filhos, companheiro, mas não me importava com isso até então pois não havia um grande laço entre nós ainda.

Passaram-se alguns meses e começamos uma boa amizade, comecei a freqüentar sua casa, conheci sua família, começamos a trabalhar juntos constantemente, mas infelizmente a aproximação que eu esperava não ocorreu até que um dia, depois de uma grande bebedeira, resolvi contar tudo e ver no que ia dar, o resultado? Nada! E a partir de então não toquei mais no assunto, mas tudo isso parece que faz aumentar minha vontade de ter, amar mais ainda. Tenho sonhos constantes e tão reais que acordo com a sensação de ter tocado, sinto o gosto do beijo, cheiro da pele, ouço sua voz dizendo coisas que gostaria de ouvir e de repente me dou conta de que não passou de fantasia minha, algo que desejo tão forte que acredito ter se realizado. Fico extasiado a cada ligação que recebo, um tratamento, uma palavra diferente, uns minutos perto, são suficientes para tornar meu dia, minha semana melhor.

Sinto que a cada dia a possibilidade de algo entre nós se torna mais complicado e quando tento me refugiar olhando outra pessoa, caio na mesma situação: alguém comprometido. Agora, caros leitores, jamais me deixo abater por isso, enquanto meus amores impossíveis não me correspondem vou procurando entre os possíveis até que alguém consiga despertar em mim o mesmo sentimento que tenho hoje por alguém que está fora do alcance de meus braços.

Roberto Mariano, Aluno do curso de Licenciatura em Matemática da UFPB.

João Pessoa, 12 de setembro de 2011. 06:00 am

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