sábado, 10 de setembro de 2011

Analfabetismo paraibano: Eu sobrevivi e você?

“ Apesar de todo cidadão brasileiro ter direito a ler e escrever, o analfabetismo é uma realidade para 20,2%da população paraibana, segundo dados do IBGE ” (JORNAL DA PARAIBA,Domingo, 4 de setembro, 2011) Ou seja, isso significa que para 757.109 paraibanos ler uma simples matéria em um jornal, ou até mesmo consultar uma receita em um livro é uma coisa impossível. Lembremos que todo brasileiro tem direito é educação de “ qualidade ”, mas isso não é a realidade da Paraíba.

“ (...)há o analfabetismo funcional, quando a pessoa sabe escrever o próprio nome, sabe ler frases simples, faz cálculos elementares, mas não consegue interpretar textos, nem usar a leitura e a escrita em atividades diárias ” (JORNAL DA PARAIBA,Domingo, 4 de setembro, 2011)

Já na outra ponta em 2000 os paraibanos com curso superior contabilizavam apenas 82.499. Paremos e façamos uma reflexão rápida... Como pode um estado crescer e desenvolver-se quando um quinto da sua população se que sabe ler e escrever? O que cada cidadão tem haver com isso? Na minha família tem alguém que ainda não sabe ler e escrever? Como vive uma pessoa que não sabe ler e escrever no mundo extremamente globalizado que vivemos, na era do twitter, facebook, Orkut, MSN e todas as redes sociais que existem? Que tipo de trabalho essas pessoas desenvolvem em nossa sociedade? Bem, são várias perguntas e muito maior o número de respostas prováveis para tais perguntas.

Mais ainda existem frases para analisarmos, segue... Segundo (JORNAL DA PARAIBA,Domingo, 4 de setembro, 2011)

ü A Paraíba, com índice de 20,2% é o 3º estado com maior taxa de pessoas analfabetas, perdendo apenas para Alagoas(22,5%) e Piauí (21,14%)

ü Entre os Estados nordestinos, a Paraíba tem o quarto maior índice de A reprovação . A Paraíba fica no sétimo lugar do ranking nacional

ü A qualidade do ensino nas escolas da Paraíba está baixo do ideal . O número de matriculas na rede básica teve redução de 4,6% entre os anos de 2009 e 2010.

ü Em Santarém, todos os alunos estão atrasados nos estudos; já em Mogeiro, de cada 100 alunos matriculados nas escolas, 82 estão fora da idade ideal.

ü Em 1970, os piores índices de defasagem eram Lucena (100%) ;Cuitegi (100%); Massaranduba (99,8%); Jacaraú (99,4%) e Juarez Távora (99.2%).

Caros leitores, temos muito o que discorrer sobre tudo o que lemos aqui, mas antes disso, acredito que tem muita gente pensando que as coisas estão perdidas, mas isso não é verdade.

Há paraibanos que sonham e se dedicam para reverter o quadro negativo da educação. Um dos exemplos foi encontrado no município de Quixaba, onde há o melhor índice de aprovação do Estado. Um orgulho, visto que Quixaba é uma das cidades menos desenvolvidas da Paraíba, apesar de ser vizinha do município de Patos. Na pequena cidade, os estudantes são levados por um veículo escolar. A maioria mora na zona rural e tem poucas condições financeiras. Não é raro um aluno de Quixaba revelar que vai á escola, principalmente por conta da merenda. As dificuldades não são poucas encontradas pelas crianças. Desistir, talvez, fosse a lição mais fácil. Mas ainda bem que existem PROFESSORES como MARILEUZA GOMES , uma das responsáveis pelo índice de aprovação no município. Basta conversar com ela por cinco minutos para perceber o cuidado que tem com as crianças e adolescentes. A professora e também diretora, explica que a metodologia aplicada na escola é interdisciplinar . “Procuramos trabalhar com a realidade do aluno, dentro dos padrões éticos” frisa.” (JORNAL DA PARAIBA,Domingo, 4 de setembro, 2011)

O município de Quixaba é um belo exemplo de trabalho sério de professores que estão comprometidos com a educação e passam mais horas trabalhando para mudar o quadro atual do que reclamando como velhas moribundas a beira da morte.

Eu sobrevivi ao analfabetismo por muita luta da minha mãe que sempre prezou pela minha educação e por isso sinto-me responsável e incomodado com tantos paraibanos analfabetos. Façamos a mudança, seja no âmbito educacional como no social. Cada cidadão é responsável pela sociedade que temos.

Cobremos mais dos que podem transformar tais realidades, políticos que estão sentados em cadeiras cativas e pagando escolas de primeiro mundo para seus filhos para mais tarde olhar para os analfabetos e se acharem superiores.

Jânio Elpídio de Medeiros, um sobrevivente.

2 comentários:

  1. Triste realidade! E como professora de Língua Portuguesa fico ainda mais triste. Mas, sei que cabe a cada um de nós, educadores, não importando a disciplina que lecionamos,vermos que posição vamos tomar diante de tal realidade. Pois,se cada um de nós fizermos um pouquinho que seja por aqueles que estão em nossas salas de aula, pode ter certeza, será um grande passo para um futuro diferente. Até porque se esperarmos pelos nossos políticos...é melhor nem comentar,já que muitos apenas nos culpam por esta triste situação.

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  2. Pois é amigo Jânio!
    Nossa profissão têm a responsabilidade de modificar este quadro. Ouve-se muito de gestores escolares as dificuldades que as escolas possuem e nada que ajude a melhorar essas dificuldades, principalmente se os alunos são da zona rural. A cidade em que moramos é uma delas! Sabemos que na cidade de Rio Tinto, os alunos das escolas públicas em sua maioria são da zona rural e a gestão escolar e professores, usam isto como "desculpa", pelo baixo índice de desenvolvimento dos alunos. Vale a pena mostrar que isso nada influencia ou melhor influencia, mas não impede que tomemos medidas para mudar esta realidade!

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