sábado, 11 de junho de 2016

A nossa sociedade precisa de sangue

"No Brasil, homens homossexuais só podem fazer doação sanguínea se passarem um ano sem transar com outro homem"[super interessante]| Leia a matéria na íntegra -> Brasil desperdiça 18 milhões de litros de sangue ao ano por preconceito
Bandeira gay - Conheça a origem

Posso começar escrevendo que essa restrição é absurda? 


Além de absurda, ela é carregada de preconceito pois afirma que os homossexuais são todos promíscuos e, portanto, é um grupo de risco para a doação de sangue. Pelos dados divulgados pela matéria do Super Interessante "101 milhões de homens vivem no país e, do total, 10,5 milhões é homo ou bissexual. Levando em consideração que cada homem pode doar até quatro vezes em um ano, com a restrição dessa parcela da população, são desperdiçados 18,9 milhões de litros de sangue por ano"Perceba que esse números representam apenas o quantitativos que homens que declaram serem homossexuais. Com isso, imagine o quanto esses número aumentaria e todos que são homossexuais e bissexuais fossem declarados. Imaginou? Aumentaria muito, né? 

O que dizer dos homens casados que são loucamente apaixonado pelas gays? O que dizer os heterossexuais promíscuos? O que dizer os religiosos que abusam crianças? O que dizer dos homens e mulheres que abusam de crianças próximas delas? O que dizer de homens [héteros] ignorantes que jamais usaram preservativos? RESPONDO: todos podem doar, porque basta MENTIR e a equipe de saúde faz cara de quem não sabe de nada.

Sabemos pelas estatísticas que os mais infectados pelo HIV são os homens, agora determinar que esse homens são, exclusivamente, os homossexuais é preconceito. Concordo que é preciso fazer uma triagem antes da doação, pois estamos falando de sangue, e esse precisa ter boa procedência. No entanto, esperamos que essa triagem seja pautada pelos princípios da igualdade de direitos. 

Os 18 milhões de litros de sangue que são "desperdiçados" pelo preconceito farão falta a milhões de inocentes que necessitam da ajuda do próximo. Hum..."amar ao próximo"! Faça seu próprio questionamento. Fico por aqui, a espera de luz para continuar a sobreviver com o meu sangue homossexual, no entanto, com um coração humano. 

Essa sociedade que precisa de sangue é composta por pais e mães, irmãos e irmãs, filhos e filhas, tio e tias, primo e primas de homens homossexuais. Então, lembro a todos que somos parte da sociedade brasileira. 

Paz e luz, além de muitas cores. 


2 comentários:

  1. Quando li essa matéria da Super, fiquei indignada e resolvi me informar melhor. Resultado: a indignação aumentou!
    Primeiramente, a portaria Nº 2.712/2013 do Ministério da saúde, que redefine o regulamento técnico de procedimentos hemoterápicos, me pareceu meio contraditória em seus artigos 2º e 64º.
    No artigo 2º, § 3º, a referida portaria define: "Os serviços de hemoterapia promoverão a melhoria da atenção e acolhimento aos candidatos à doação, realizando a triagem clínica com vistas à segurança do receptor, porém com isenção de manifestações de juízo de valor, preconceito e discriminação por orientação sexual, identidade de gênero, hábitos de vida, atividade profissional, condição socioeconômica, cor ou etnia, dentre outras, sem prejuízo à segurança do receptor."
    Já o art. 64 "Considerar-se-á inapto temporário por 12 (doze) meses o candidato que tenha sido exposto a qualquer uma das situações abaixo: (...) IV - homens que tiveram relações sexuais com outros homens e/ou as parceiras sexuais destes."

    Segundo, abro o Portal da Saúde - SUS, e um artigo datado de 2014 [observem que a portaria citada acima é de 2013] diz: "...a distinção [grupo de risco e grupo de não risco] não existe mais. No começo da epidemia (em 1980), pelo fato da aids atingir, principalmente os homens homossexuais, os usuários de drogas injetáveis e os hemofílicos, eles eram à época, considerados grupos de risco. Atualmente, fala-se em comportamento de risco e não mais em grupo de risco, pois o vírus passou a se espalhar de forma geral, não mais se concentrando apenas nesses grupos específicos."

    Terceiro, vou para o site do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, e o sexto parágrafo de um dos artigos disponíveis diz: "Apesar de o número de casos no sexo masculino ainda ser maior entre heterossexuais, a epidemia no país é concentrada (em grupos populacionais com comportamentos que os expõem a um risco maior de infecção pelo HIV, como homossexuais, prostitutas e usuários de drogas)."

    Vamos pensar um pouquinho, não é meu povo:
    Se os comportamentos dos homosexuais, protitutas e usuários de drogas os expõem mais, porque o número de casos no sexo masculino é maior entre os heterosexuais?
    - Nossa... Existem heterosexuais promiscuos que dormem com prostitutas, não é mesmo? Inclusive casados, pais de familia, homens "de respeito", e... Meu Deus, eles também enrriquecem o narcotráfico. São usuários e ajudam assim na condenação de familias inteiras à miséria, à violência, à prostituição.

    Ok. E porque esses holofotes todos nos homosexuais?
    Respondo: HIPOCRISIA HISTÓRICA!

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  2. Eu vi a aids surgir sob os holofotes da mídia espalhando terror. Mas faz muito tempo, muito já se sabe sobre o assunto para se aceitar que perdure tamanha ignorância. Como bem explicito no comentário anterior. Esse eh mais um ato de preconceito que corrói o ser humano. Quando a humanidade conseguir romper com esses grilhões da ignorância ela terá bem menos problemas.

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