domingo, 2 de setembro de 2012

O abstrato do Amor

Por: Itamar Cosmick  

O amor, para alguns uma explosão de sentimento, um elemento indispensável para a sua existência, para outros, motivo de vida ou morte. Sempre tive o amor como um mero sentimento abstrato. Não entendia o que levava as pessoas se entregarem de corpo (mais que alma) a esse sentimento.  Lendo obras literárias de José de Alencar, Machado de Assis, Camilo Castelo Branco entre outros, ficava imaginando que todos aqueles belos versos e atitudes dos personagens era meramente ficção, nunca sendo possível serem vividos, principalmente os sentimentos expressos no psicológico dos personagens. 
Para os românticos, o mar é o êxtase do amor. Pois bem, fui apresentado a esse sentimento a beira mar, enquanto contemplava um belíssimo pôr do sol, o amor simplesmente sentou ao meu lado e se apresentou. A partir daquele momento compreendi a explosão de sentimentos que os amados sentem, compreendi também o que escritores citados acima queriam dizer, enxerguei pelos olhos dos personagens. Vimos o sol se pôr enquanto palavras bobas eram sussurradas juntamente com a brisa do mar.
Eu que era sempre pragmático quando o amo estava em questão, passei a agir inconsequentemente, como se a vida se resumisse a esse sentimento. Mas como viver esse sentimento qual nunca tinha experimentado?  O que dizer? Como dizer? Era tudo novo, por um momento relutei, guerreei contra esse sentimento, mas como lutar com algo que te traz palpitações, ansiedade, vontade de está junto e fazer parte do dia a dia era mais que uma simples vontade, era uma necessidade. Neste momento pude compreender as loucuras do amor, por está praticando-as, queria viver, apenas viver aquele momento e de forma intensa esse sentimento abstrato, porém palpável em nossas vidas.
Como tudo tem começo, meio e fim, meu pragmatismo e objetividade falaram mais alto e fiz a escolha que me parecia mais coerente, viver as regras ditadas pela sociedade civil organizada, voltar atrás? Tentei, mas como dizem popularmente “a fila anda” e pode acreditar, não é fácil acompanhá-la. Restou-me sufocar os sentimentos e a experiência de experimentar o amor na sua forma mais explosiva, porém, AINDA BEM que esse sentimento existe, que o amor não é apenas um verbo, DEPOIS, como viver sem ele, sem essa sensação. Da mesma forma que o mar nos apresentou ele nos separou, fisicamente apenas, porque espiritualmente estamos ligados pelo abstrato do amor.
É licenciado em História, Especialista em Gestão Educacional e  Historia do Brasil. 

3 comentários:

  1. Muito bom o texto. Deixamos de viver nossos sonhos por causa dessa vida maluca que temos.

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  2. Adorei o título "O abstrato do Amor", me vi atraves do texto.Parabéns! p;

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  3. Parabéns pelo texto! Quando o amor acontece tudo fica pequeno diante dele.

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