Partindo da ideia de que “Freire coloca o aluno como sujeito, e não como objeto do processo educativo, afirmando sua capacidade de organizar a própria aprendizagem em situações didáticas planejadas pelo professor, num processo interativo, partindo da realidade desse aluno” o professor pode imaginar como dever ser seu fazer em sala de aula. Das diversas contribuições que Paulo deixa para o professor do EJA, a mais significativa é Saber reconhecer nos alunos do EJA “os saberes construídos pelos fazeres”. Os alunos que compõem o EJA têm muito que ensinar e tendo o professor o seu oficio pautado pela mediação pode aproveitar seus “saberes” e construir num processo reflexivo novos conhecimentos e sistematizá-los. Com esse exercício o professor do EJA possibilita um tipo de ensino onde “O aluno irá compreender que os conhecimentos que vai construir na escola têm relação com os já construídos em sua vida cotidiana e como é útil e interessante relacioná-los e ampliá-los”.
O Professor de matemática pode e dever ter um mínimo de criatividade e com ela proporcionar um acolhimento maduro, mas sem perder o lúdico e o prazer da reflexão partindo dos “saberes dos alunos”. Exemplo: Uma dinâmica com caráter reflexivo onde esses alunos possam falar de forma resumida de suas vidas, socializando suas experiências.
Para permanecer no EJA o aluno necessita ser valorizado e cativado a cada dia, por tanto a escola deveria ter uma “educação com caráter emancipatório, libertador, problematizador da realidade”. O professor do EJA deve ser bem capacitado, e isso é outro tipo de trabalho que a escola pode desenvolver, possibilitando cursos de capacitação e diálogos permanentes para os professores que atuam no EJA.
Em suma, trabalhar no EJA é mais do que um oficio é acreditar que podemos aprender em qualquer etapa de nossas vidas.
Jânio Elpídio de Medeiros, professor de matemática.
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